Na sexta passada, meu filho me contou por alto sobre uma
bronca que levou, de uma assistente de coordenação, na escola. Ele e mais três amigos
foram chamados para uma salinha onde, aos gritos intercalados com palmadas sobre
a mesa, levaram a bronca. Evidentemente ele também me contou que - não fizeram nada de mais.
Também evidentemente, essa percepção de “não
fiz nada de mais” é bastante comum entre crianças. Eu vinha acompanhando o
descontentamento da assistente sobre o fato de ele e mais alguns amiguinhos
brincarem perto das salas de aula no horário da saída, e obviamente, isso não é
uma coisa boa, já que nesse horário, os funcionários da escola estão
concentrados na portaria.
Mas, meu filhote foi narrando os detalhes da briga paulatinamente: fiquei com vontade de chorar, deu medo, a coordenadora entrou na sala
para ver o que estava acontecendo, fulano quase chorou... Minha compreensão
sobre a bronca perdeu força fazendo protagonizar o exagero da funcionária,
que utilizou seu “pequeno poder” sobre as crianças.
Por sorte a coordenadora contou como conduziu o assunto
junto com a funcionária e pediu desculpas. Por outro lado a atendente se
desculpou com as crianças também.
A questão é simples: as regras devem ser respeitadas, a
disciplina no desenvolvimento dos pequenos é necessária, mas, diante de uma
criança é importante saber que faz parte de ser criança tentar, insistir e
transgredir e que faz parte do trabalho com crianças ter paciência e, claro, jamais
esquecer que não se pode exigir respeito de um pequeno sem respeitar sua
condição de “criança”.
É isso aí, bola para frente com responsabilidade!