De todas as responsabilidades que temos com nossos filhos, e
mesmo sabendo que eles sobreviverão aos nossos erros, temos uma que nem sempre
se percebe. A responsabilidade de dar a eles a oportunidade de ser o que são na
essência, e não o que nós queremos que sejam ou que não sejam.
Nossos filhos nos amam, querem ser amados por nós e não
medirão esforços para isso, portanto, nossas palavras, tanto para incentivo,
como para repressão, vão sendo armazenadas por eles e vão moldando aquilo que
eles acreditam que devem ser para garantir nosso amor, às vezes até
sacrificando a eles mesmos.
Outras vezes, eles acabem acreditando que não são amados
porque são de determinada maneira, não conseguem distinguir o que são de como
cremos que eles são. Nesse caso acabam se construindo com base em uma
interpretação dos pais. Mais uma vez a essência se perde. Ninguém é feliz
quando se perde de si mesmo.